PHNOM PENH
Ora vivam Amigos!
Se ainda se recordam , no último mail estávamos a embarcar em Ho Chi Min para voar para Phnom Penh, a capital do Reino do Cambodja
Alguns dados sobre o Cambodja e sobre a sobre sua História
74 hab./km² (125.º)
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- Total
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Estimativa de 2007
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- Água (%)
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2,5
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- Total
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US$ 26,064 biliões (88.º)
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US$ 1 817 (133.º)
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da França
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- Data
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- Estimativa de 2008
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13 388 910 hab. (67.º)
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mais informações, como sempre , em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Camboja
Depois da pré-história e dos vestígios que por todo a lado , procurando, sempre se encontram, o Cambodja reclama para sua História e para o povo khmer, que constitui cerca de 90% da população, o reino de Funan ( séculos II a VI DC) englobando não só a região que acabámos de visitar, o Delta do Mekong, e que a partir do Sec.VII DC seria realmente integrada no grande Império Khmer, mas também o reino de Chenla e parte de Champa do lado “vietnamita” (ver mapa seguinte à esquerda). O Grande Império Khmer teve o seu período florescente entre os Sec IX e XV ( ver região a vermelho no mapa em baixo à direita) e a capital na fabulosa Angkor que visitaremos depois do próximo voo. Do seu Império perdido falam ainda hoje os cabodjanos com um certo orgulho melancólico, como nós portugueses falamos da época dos descobrimentos!
Breve resenha da História mais recente do Cambodja
Após uma longa série de guerras contra os reinos vizinhos, Angkor foi saqueada pelos tailandeses e abandonada em 1432 uma vez destruída a sua infraestrutura. A corte mudou a capital para Phnom Penh e depois para outras cidades incluindo Lovek onde o reino pode usufruir a glória do comércio marítimo. Mas Lovek não durou muito tempo, uma vez que as contínuas guerras contra os tailandeses e vietnamitas resultaram na perda de mais território e a conquista de Lovek em 1594. Nos três séculos seguintes, o reino Khmer alternou entre ser um estado vassalo dos tailandeses e vietnamitas com curtos períodos de relativa independência.Em 1863, Rei Norodom, que havia sido colocado no poder pela Tailândia, “pediu a proteção da França” contra os tailandeses e vietnamitas e estabeleceu definitivamente a capital em Phnom Penh. Em 1867, o rei tailandês assinou um tratado com a França renunciando sua soberania sobre o Cambodja, em troca do controlo das províncias de Battambang e Siem Reap, que passaram a pertencer oficialmente a Tailândia. Essas províncias voltaram a fazer parte do Camboja, após um tratado entre a França e a Tailândia em 1906.
O Cambodja continuou com o protetorado da França de 1863 a 1953, administrado como parte da colónia da Indochina Francesa, salvo durante a ocupação do Império Japonês de 1941 a 1945
Foi após a Segunda Guerra Mundial que o forte sentimento nacionalista, liderado pelo recém surgido Partido Popular Revolucionário do Kampuchea (KPRP/PPRK), sob os auspícios do Vietname, levou a França a conceder a independência cambodjana, em 9 de Novembro de 1953. Norodom Sihanouk, cujo partido vence todas as eleições para a Assembléia Nacional, de 1955 a 1966, governa com amplo poder, mas enfrenta uma forte oposição de esquerda. A partir de 1964, com o aparecimento dos Khmers Vermelhos, enfrenta uma violenta rebelião comunista, que atinge o seu auge nos anos 1967/68. Em 1970, enquanto Sihanouk viajava por Moscovo e Pequim, o seu primeiro-ministro, o Marechal Lon Nol, dá um golpe de Estado e, a 18 de Março a Assembleia Nacional vota por unanimidade a deposição do governante ausente. A 17 de Abril de 1975, as forças dos Khmer Vermelhos entram na capital, Phnom Penh, quase sem resistência, marcando o fim da administração Lon Nol. Os Khmer Vermelhos implantaram a denominada República Campuchea Democrática .O breve, mas sangrento, regime de Pol Pot e dos Khmer Vermelhos terminou em 1978 com a intervenção do Vietname que instalou um regime "amigo" a República Popular do Campuchea. Os Khmers Vermelhos continuaram a luta armada contra o regime até aos anos 90, quando o Cambodja, sob a égide da ONU iniciou um processo de democratização novamente com a intervenção de Norodom Sihanouk que em 2004 abdicou do trono em favor do seu filho Norodom Sihamoni.
Curioso este “site” que apresenta a evolução da bandeira do Cambodja, de acordo com as mudanças políticas a que foi sujeito, até chegar à bandeira actual que apresenta a silhueta do mais popular templo de Angkor, o Angkor Wat http://flagspot.net/flags/kh_hstry.html
<![if !vml]><![endif]>Sobre os Khmers Vermelhos, responsáveis pelo genocídio de cerca de 2 Milhões de cambodjanos, recomenda-se o filme The Killing Fields (Terra Sangrenta) que se pode “sacar” da Net!
Mais informação sobre o genocídio perpetrado por estes radicais de inspiração maoista, com o apoio da China em:
Wikipedia http://en.wikipedia.org/wiki/Khmer_Rouge
The Digital Archive http://cybercambodia.com/dachs/khmerrouge.html
Imagens https://www.google.com/search?q=the+red+khmers&hl=pt-PT&tbo=u&tbm=isch&source=univ&sa=X&ei=teTNUI_nD8LRhAfS5IB4&ved=0CGMQsAQ&biw=1280&bih=844
Sobre a controversa , zigzagueante mas imensa figura do idolatrado Norodom Sihanouk que faleceu num hospital chinês, duas semanas antes da nossa chegada, ver
Sihanouk tinha já abdicado em favor do seu filho Norodom Sihamoni (educado na Checoslováquia e professor de dança clássica em Paris!!!!!!) o actual soberano do Cambodja aqui numa foto da sua coroação, com os seus pais, numa unção cerimonial
Depois desta breve (?) resenha da historia do Cambodja, que possivelmente não terão tido a pachorra de ler, a apresentação de
Phnom Penh, a Capital
Situada na confluência de vários cursos de água que são: o nosso conhecido Mekong e o já referido Bassac que nasce do Mekong e corre para Sul e o Rio Tonlé Sap um “canal “ de cerca de 100km que, na época das chuvas, corre do Sul para Norte com o excesso de água do Mekong e alimenta um lago , o Lago Tonlé Sap nas proximidades de Angkor ( ver o mapa seguinte). Nessa altura aumenta quatro vezes a sua área torna-se num dos um dos maiores lagos da Ásia!.
De Novembro a Maio o rio Tonle Sap corre no sentido contrário ou seja do Lago para o Mekong
Chegámos a Phnom Penh já noite e fomos logo jantar num moderno e belíssimo restaurante.
Aqui a cerveja mudou mas os “spring rolls”, desta vez enrolados em papel de arroz, não podiam faltar!
O Centro da cidade de Phnom Penh, de cerca de 2 Milhões de habitantes, situa-se nas margens do rio/canal Tonlé Sap e não do Mekong como eu pensava.
No dia seguinte, o fanático, eu, foi fotografar a vista sobre o rio nas traseiras do hotel ( ver localização no mapa),
vejam o que fotografei (tinha caído uma grande chuvada durante a noite!)
O hotel fica mesmo em frente da “foz” do Tonlé Sap no Mekong, Em primeiro plano vemos o Tonlé Sap e ao fundo o Mekong que corre por de trás da restinga com algumas construções no centro da foto.
Uma multinacional asiática está a construir na península de separação dos dois rios um Hotel. Um verdadeiro atentado ambiental mas que deverá ser
um belíssimo negócio !
Na frontaria do Hotel um retrato do recentemente falecido Sihanouk ( no dia 15 de Outubro de 2012). Retratos de homenagem semelhantes encontravam-se um pouco por toda a cidade
Inesperadamente o nosso voo para Angkor (Siem Reap) marcado para o fim da tarde foi antecipado pelo que não tivemos muito tempo para ver a cidade mas , mesmo assim, foi-nos possível visitar os pontos principais de interesse cultural e turístico
No programa estava a visita ao Palácio Real (à direita no Mapa) e ao Pagode de Prata (à esquerda) que lhe está adjacente
Infelizmente não nos foi possível visitar os edifícios abertos ao público do Palácio Real onde decorriam ainda cerimónias relativas ao falecimento de Sihanouk. Foi possível fotografar apenas a frontaria vendo-se o enorme Chanchhaya Pavillon, destinado a recepções, banquetes e outras cerimónias protocolares. Para além dos edificios de residência real e dos seus familiares que não são visitáveis estão normalmente abertos o salão do trono e outros pavilhões e edifícios referenciados no mapa e que poderão, se tiverem curiosidade, encontrar reproduzidos e identificados no excelente e detalhado site:
eis uma foto da Net com uma visão global dos vários edifícios do Palácio Real
ao fundo, em frente ao portão principal (o Victória Gate) está o Salão do Trono (Throne Hall)
Como referi, adjacente ao Palácio Real está o Pagode de Prata. Pagode na Indochina não é uma torre como infere da nossa conhecida expressão “ pagode chinês”, e que noutras latitudes budistas se chama Stupa ou Dagoba ( palavra singalesa de onde poderá ter derivado o termo pagode), mas sim um conjunto de edifícios vários que incluem um ou vários locais de culto e os edifícios anexos e eventualmente várias stupas. http://en.wikipedia.org/wiki/Stupa
O Pagode de Prata (o nome deriva de mosaicos de prata que atapetaram o chão ) foi, para mim, um deslumbramento fotográfico , uma vez que nunca tinha visto nada semelhante, mas companheiros de viagem que conhecem a Tailândia disseram-me que na Tailândia pagodes deste tipo ainda são mais espectaculares. Eu fiquei muito impressionado apesar de ter conhecimento que estas construções, em estilo cambodjano , foram feitas em grande parte no sec XIX (entre 1892 e 1902) com “ajuda” dos franceses em madeira e tijolo e reconstruidas em 1962 já por Sihanouk de uma forma mais sólida.
Não vos quero aborrecer mais com detalhes sobre as inúmeras construções que integram o Pagode . Se estiverem interessados podem consultar os sites:
Algumas fotos de edifícios e estruturas do Pagode
Foi tal o meu entusiasmo fotográfico que, para não sobrecarregar este mail, apresento-vos em anexo a exibição fotográfica desse meu entusiasmo.
Á saída do Pagode fotografei um edifício também em estilo cambodjano clássico que eu pensava ser outro palácio qualquer, mas era o edifício
do Supremo Tribunal
Depois do Palácio do Pagode seguiu-se o Museu Nacional também instalado num edifício relativamente moderno (1917-1920) em linhas cambodjanas que albergava uma magnífica colecção de escultura Khmer
Era proibido tirar fotografias mas tinha um belo pátio interior de onde se podiam fotografar muitas peças e certos pormenores do belo edifício.
Deixámos o Museu e fomos observar mais uma vez o Tonlé Sap da avenida marginal
Voltando-nos para a cidade, víamos uma rua movimentada e o Wat Ounalom, outro pagode, que não visitámos, centro do budismo no Cambodja, famoso por albergar um pelo da sobrancelha de Budha
fomos sim ver a praça onde se encontrava o curioso Monumento da independência
junto do qual estava montada mais uma homenagem à memória de Sihanouk
este é o monumento de base de um outro templo o Wat Phnom (Templo da Montanha) situado no topo de uma colina , no centro da cidade mandado construir , segundo a lenda pela senhora Penh em 1373 e que terá dado origem ao nome da cidade, Phnom Penh ( a montanha da senhora Penh)
Mais alguns edifícios e ruas do centro de Phnom Penh
Antes do aeroporto um almoço, excelente como sempre , mas semelhante a todos os outros.
Aqui apenas duas fotografias “artíisticas” conseguidas no restaurante
Atravessando a cidade rumo ao aeroporto
Sem ser caóticas, como em Ho Chi Min, as motocicletas são , também aqui , o principal meio de transporte
de toda a família……
e nem os apelos do Sihanouk resultam
Os cabos eléctricos e de telecomunicações , como em toda a Ásia, são um pesadelo urbano!
Chegados ao Aeroporto embarcámos para Siem Rap a cidade que “serve” Angkor
mas não pudemos transportar as nossas raquetes mata-moscas!!!!! ??????
e cá está o nosso belo avião das linhas aéreas do Cambodja!
continua…. no anexo 4a
JOAQUIM CASTILHO
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