«O centro de detenção de Guantanamo condena milhares de pessoas pelo mundo a uma vida de sofrimento, tormentos e preocupações», acusa a Amnistia Internacional no seu último relatório. Calcula-se que estejam ainda detidos naquele campo, mais de quatro anos após ter sido aberto, 500 homens de 35 países.
A AI critica o segredo mantido pelas autoridades norte-americanas sobre o número exacto de detidos naquela Base, instando-as a elaborar uma lista precisa de prisioneiros, discriminando as suas nacionalidade e identidade.
Segundo a Amnistia, vários prisioneiros terão tentado suicidar-se e várias dezenas estariam prestes a fazer uma greve da fome.
São também evocadas no relatório as acusações de que as autoridades norte-americanas teriam alimentado à força vários detidos, nomeadamente com sondas nasais, sem qualquer anestesia.
No que se refere aos prisioneiros libertados daquela Base, a Amnistia lembra que, muitas vezes, o seu calvário não termina aí e que para muitos «a sua transferência não significa mais do que uma mudança de local de detenção ilimitada e ilegal para um outro local de detenção ilimitada e ilegal».
A Amnistia cita o caso do jordano Wisam Abd al-Rahman Ahmed, entregue à Jordânia em Abril de 2004, mas que continua detido desde então, em local desconhecido.
Quanto ao impacto de Guantanamo sobre os parentes dos detidos, a Amnistia salienta que «algumas famílias que sabem que os seus parentes estão ou foram feitos prisioneiros pelos EUA continuam sem saber onde eles se encontram ou mesmo se continuam vivos».
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