Pacheco Pereira entende que os grandes planos da cara de Manuela Ferreira Leite, na entrevista de Judite de Sousa, representam “todo um programa” sobre a parcialidade jornalística. O objectivo? Mostrar “uma mulher velha e cansada, com rugas, com o tempo na cara”. Só que, como se pode ver numa breve busca no Youtube, escapou a Pacheco Pereira a verdadeira dimensão da perfídia do realizador da RTP para perceber que o mesmo já tinha sido feito a Simone de Oliveira ou a Marinho Pinto - só para dar dois exemplos. O programa, que está longe de ser perfeito, anuncia na sua página que "os rostos da notícia estão na “Grande Entrevista" da RTP." O artigo de Pacheco Pereira é todo um programa, sim, mas sobre a forma enviesada como o próprio encara a imprensa e gere a sua intervenção pública e política. Quando não se vitimiza a si próprio, pela perseguição que a esquerda lhe faz pelo seu alinhamento com a guerra no Iraque ou pelos “falsos blogues pornográficos” que teimam em aparecer para retirar o Abrupto da liderança dos blogues nacionais, está a tentar a mesma táctica com aqueles que defende. Só um problema. A fragilidade da candidatura de Manuela Ferreira Leite é a candidata. Pela sua desastrada passagem pelo Governo e pela absoluta falta de tacto político, como se pode ver pelo autêntico disparate que têm sido as escassas oportunidades em que diz qualquer coisa.
PS: Já que se fala na Grande Entrevista, de Judite de Sousa, talvez valha a pena lembrar que cinco dos últimos sete entrevistados são do PSD. Os outros não são políticos. Como esta semana deverá caber a sorte a Pedro Passos Coelho, de há dois meses a esta parte que o principal programa de entrevistas da estação pública está tornado numa espécie de “Povo Livre” televisivo.
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publicado por Pedro Sales no ZERO DE CONDUTA
2 comentários:
eu até admiro particularmente JPP. Mas esta análise está 5 estrelas.
Maria
http://www.militantedebase.blogspot.com/
Após uma leitura do artigo “A Face” sobre a entrevista de Judite de Sousa a Manuela Ferreira Leite escrito por José Pacheco Pereira fiquei em estado de choque.
Todo o artigo assenta numa espécie de cabala montada pela RTP para através dos grandes planos do rosto de MFL, induzisse no país real uma imagem de alguém, velho, gasto, cansado, sem energia. Uma cabala que após concluir a leitura do artigo ficamos sem saber o que o autor pensa sobre o essencial do assunto. Quem poderia ter orquestrado tal plano maquiavélico?
PSL? Hum… não me parece, costuma-se dizer que tem má imprensa! PPC hum… não me parece que já tenha estatura política para influenciar a imprensa! Então quem?...
Ninguém.
Só JPP para se lembrar disto. De certeza que ainda embebido no espírito de defesa da sua Dama, e após perceber que o impacto da entrevista não foi aquele que ambicionava, sentiu a necessidade em encontrar explicações para o sucedido.
Mas vamos observar umas passagens do artigo em questão e meditar sobre elas. A determinada altura escreve JPP:
“Se escolho por razões, como é que posso analisar sem ser por razões? O que é que me sobraria? Uma táctica? Uma gestão de silêncios e falas para alimentar uma carreira? Não, não é esse o meu caminho, nem tenho tempo, nem condição, nem interesse.”
Ai não. Mas aquilo que o mesmo protagonizou nos seus tempos de antena da quadratura do círculo durante a vigência do mandato de LFM não foi uma táctica para derrubar o líder do PSD. E a sua carreira não tem sido gerida á custa de falas e silêncios. Se JPP não falasse tão mal do PSD que ele diz que é o seu partido será que tinha as mesmas audiências e por consequência sucessivos lugares cativos como comentador televisivo? Bem, isto sou eu a pensar em voz alta.
“Tudo foi bizarro no tratamento televisivo da entrevista, de tal maneira que todos se aperceberam de que havia qualquer coisa pouco habitual.”
E não é pouco habitual ter um representante de um partido a falar sempre mal desse mesmo partido e dos seus líderes democraticamente eleitos? Não deveria JPP ter pensado nisto á uns meses atrás?
“Tinha como objectivo mostrar uma mulher velha e cansada, com rugas, com o tempo na cara.”
Tal como ele teve como objectivo descredibilizar em tudo mesmo ao nível da personalidade PSL e LFM.
Concluindo: As preocupações para os lados da campanha de MFL aumentam e por isso mesmo o risco de se cair no ridículo aumenta. Ora é a face de MFL ora os canudos tipo José Sócrates….
Ai! Ai! Se fosse PSL ou LFM a fazerem uma referência aos canudos o que é que José Pacheco Pereira escreveria no seu abrupto.
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