quarta-feira, janeiro 06, 2010

A ASFIXIA DEMOCRÁTICA!

Marcelo Rebelo de Sousa, Pacheco Pereira, Mário Crespo, Constança Cunha e Sá, Nuno Rogeiro, João Miguel Tavares, Helena Matos, Pedro Lomba, Francisco José Viegas, João Pereira Coutinho, Rui Ramos, Carlos Abreu Amorim, João César das Neves, Vasco Graça Moura, Maria José Nogueira Pinto, Maria João Avillez, Alberto Gonçalves e sei lá quem mais. Estes cidadãos são colunistas na imprensa, rádio, TV, Internet, telefone e papel pardo. Todos eles são pagos pela opinião emitida, e todos têm a atenção da comunicação social assim que o desejarem. São figuras públicas. Ocupam o palco, sobem à tribuna, vêem mais longe porque estão mais alto.

Para além disso, vivem bem. No maior conforto. E na grande segurança. As suas ligações sociais aos poderes públicos e privados, políticos e financeiros, oficiais e tácitos, explícitos e implícitos, é uma fonte de perene descanso. A rede de influências não pode ser maior porque eles movem-se na parte superior da pirâmide, lá onde se desfruta do melhor da vida. Boas famílias, boas escolas, boas oportunidades, bons empregos, boas carreiras, bons namoros, bons casamentos, boa roupa, bons cabeleireiros, bons almoços, boas festas, bons carros, boas casas, boas férias, bons advogados, bons médicos, bons hospitais, bons polícias, bons juízes, bons amigos, bons contactos. E ainda a luxúria de se imaginarem educadores do povo.

Este grupo acusa Sócrates de não ter carácter e de ser criminoso. Por inerência lógica, acusa todos os que estão ao lado de Sócrates – no Governo, partido ou sociedade – de não terem carácter e de serem criminosos por associação ou cumplicidade. Fazem-se variações sobre este tema desde 2004, quando Sócrates foi eleito Secretário-Geral do PS. De lá para cá, eles têm exultado cada vez mais, e cada vez mais abertamente, com as descobertas daqueles que reviraram as pedras que o Engenheiro pisou a caminho da escola primária, celebrando cada suspeita de mácula moral ou venial. Também dizem que o Governo persegue e prejudica um número indefinido de portugueses, talvez 8 ou 9 milhões, que não há liberdade de expressão em Portugal. Mas de que liberdade de expressão falam, exactamente? Uma que eles lá sabem, pois não a chegam a definir, e por isso não podemos comparar e descobrir se têm razão. Será, contudo, uma liberdade muito parecida com esta que se observa e desfruta agora – apenas com outro Governo, daqueles que são formados por pessoas amigas deste grupo de pessoas.

Todos os dias, a toda a hora, e nos órgãos que dizem estar ao serviço da grande asfixia democrática, lá nos servem as laranjadas sem gás. E elas passam o tempo matraqueando os odiados inimigos, revelando os podres dos eleitos, salvando o Regime, a República, a Moral, a Ética, a Honra, a Verdade. É avassalador o caudal de opiniões amordaçadas que consegue furar o cerco montado para separar o cidadão da realidade. É quase como se pudessem dizer o que lhes dá na gana, as vezes que quiserem, em qualquer lado.

Não há dúvida de que estes socialistas são incompetentes. Merecemos um outro tipo de Governo. Um que saiba asfixiar em condições.

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