Economistas
Ontem ouvi João Duque dizer num programa da SIC uma coisa deste género: “O governo fez subir o défice de 3 para 8 ou 9 por cento com uma grande facilidade, sem pestanejar. Agora promete fazer descer 1 ponto percentual. Mais valia anunciar um défice de 12 ou 13, para depois dizerem que é só 10. Isto tudo é uma grande inconsciência e nos é que pagamos, etc...” As palavras não foram estas, mas é o sentido do que ouvi. Elas revelam uma total desatenção para as raízes do problema. O caso não é único, mas vale a pena notá-lo.
Srs. jornalistas: nem todos os licenciados ou doutorados em economia
sabem analisar economias nacionais. O mesmo se aplica a licenciados ou doutorados em finanças. Estas áreas de conhecimento são como muitas outras: tem especialidades. Você pode ser um génio da bolsa e não perceber nada de equilíbrio geral; pode ser um génio da economia da indústria farmacêutica e não perceber nada de como os países crescem; pode ser um excelente professor de finanças e nunca ter lido o essencial sobre o crescimento. É preciso que os media comecem a ter isso em consideração. Não se chama um oftalmologista para falar do último avanço na cura do reumatismo. Bem sei que o povo gosta de sangue e de ouvir dizer mal do governo. Mas há vida para além desse gosto. E, garanto-vos, dá gosto ouvir boa análise económica. A mim pelo menos dá.
DO BLOG Pedro Lains
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