Há gente em Portugal - eu lembro-me e não me esqueço - para quem a
melhor forma de afirmar um governo de direita passou por envolver a
direcção do grande partido da oposição, então liderado por Ferro
Rodrigues, num processo abjecto que ainda hoje é uma das
maiores vergonhas por esclarecer na democracia portuguesa. Há gente em
Portugal para quem o combate político a um governo socialista se fez, ao
longo de seis anos, através de uma campanha suja, continuada,
persistente, de intenção criminal, apontada ao carácter e à pessoa do
líder do governo. Há gente em Portugal que é incapaz de fazer vingar a
sua capacidade de intervir no espaço político sem esconder a tentação de
querer colocar os adversários políticos na cadeia, perigosa ideia na
qual Marques Mendes tristemente voltou a insistir, num momento em que
a coligação governamental que defende está debaixo de grande pressão e
desorientação em consequência das reacções à sua proposta de orçamento,
inclusive dentro do seu arco político. É tempo de dar um murro na mesa e
recordar a esta gente que o exercício da democracia e da política não é
- ou não deveria ser - uma arena de pulhice. Porque é disto que se
trata. Pulhas.
Do Blog É A VIDA
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