AINDA EM VIENTIANE
Ora continuemos, espero que alguém ainda me acompanhe!
Talvez tenha sido um exagero gastar mais um dia em Vientiane quando a maravilha de Ulang Prabang, a pérola do Laos, no esperava, mas também tem interesse visitar os lugares mais comuns e menos turísticos de uma cidade e tentar descobrir como vivem e de que vivem os seus habitantes. Como são e como estão os equipamentos urbanos e, embora como turista, conseguir captar o verdadeiro ambiente da cidade, para além do que os guias turísticos costumam recomendar.
Era já uma suspeita mas de manhã , à luz do dia, pudemos confirmar que a marginal do Mekong não era propriamente uma Avenida Marginal e nem sequer se encontrava asfaltada e urbanizada na sua totalidade.
Mas a situação vai em breve mudar. Tomámos conhecimento, na revista de bordo da Lao Airlines, que os chineses vão investir num ambiciosa urbanização
com o pomposo nome de ”Novo Mundo” (onde é que eu já ouvi isto???) com apartamentos de luxo que transformará a face da cidade.
Esta urbanização mudará definitivamente a triste e caótica marginal que deverá ficar assim (horrível não acham???)
Falei dos aspectos não turísticos da cidade mas, mesmo assim, fomos ver o Museu Nacional, instalado num edifício “francês” da primeira metade do século passado. Apesar do museu ter evoluído de um Museu da Revolução (a história recente do Laos e a luta do Pathet Lao) para um museu de toda a história do Laos, parece não ter tido obras há mais de cinquenta anos e os documentos e obras expostas, com muito interesse documental diga-se, estão degradados e têm uma apresentação museológica de há cem anos. É uma pena!!!!
Dado que era proibido tirar fotos no interior do museu aqui vão algumas fotos do exterior do edifício
Na portada interior a bandeira do Laos e do Partido que nunca pode ser esquecido (rima e é verdade)
A propósito do painel pintado na parede esquerda da entrada no recinto do museu que reproduz umas estruturas cilíndricas megalíticas (os jarros) que se encontram numa região situada a 10 horas de viagem por estrada de Vientiane e a 260 km de Ulang Prabang. Os “jarros”, de que vimos no museu um belo exemplar, encontram espalhados na região já referida ( ver os mapas apresentados seguidamente) mas concentram-se mais em determinadas áreas. Julga-se hoje que estas estruturas pré-históricas seriam urnas funerárias. mas há também a hipótese de terem sido usadas como depósito de cereais.
A região denomina-se A Planície dos Jarros, que não visitámos, mas que me pareceu interessante referir
começa agora a ser visitada por turistas e é candidata a Património Mundial da Unesco , mais informação em
algumas fotos dos curiosos “jarros” na planície que retirámos da net
Visitar a região não é totalmente isenta de perigos. Embora as zonas turísticas tenham sido cuidadosamente “limpas” é interessante, mas penoso, referir que, durante a guerra do Vietname, o Laos, como determinadas zonas do Cambodja, foram objecto de um bombardeamento intensivo pelos Estados Unidos da América, em particular nas zonas confinantes com o Vietname. Estes bombardeamentos, “carpet bombing”, fizeram do Laos o país mais bombardeado da história: de 1964 a 1973 foram lançadas cerca de 260 milhões de bombas de fragmentação. Estima-se que cerca de 30% das bombas não explodiram. Dispositivos que não explodiram (os chamados UXO-Unexploded Ordnance) continuam a matar e a mutilar habitantes da região e impedem que estes trabalhem a terra para produzir alimentos. Os UXO são, ainda hoje, um factor determinante na manutenção da pobreza e da falta de desenvolvimento da zona.
São os conhecidos “danos colaterais” das guerras que parecem nunca ter muita importância para os estrategas das várias guerras! !
Continuando a nossa visita a Vientiane é de referir que em frente ao Museu Nacional, se encontra este moderno edifício, a contrastar com a degradação do museu, um CCB de Vientiane
o Centro Nacional da Cultura do Laos
Por toda a cidade, nas varandas das habitações, nas lojas ou nos restaurantes de “fast –food” as bandeiras do Laos e do Partido saúdam aos visitantes
.
e mesmo o Cristiano Ronaldo, anunciando um champô, lá tem uma bandeirinha a acompanhá-lo
mas há quem não lhe ligue nenhuma !
Os casamentos são aqui ,como em toda a Ásia, um objecto do desejo de muitos consumidores….
….as telecomunicações móveis, as motos e os gelados Olá também!
Fomos também visitar um mercado, não o denominado Morning Market, que estaria fechado, mas um outro mais popular!
as simpáticas vendedeiras interessadas nas modernas tecnologias!
Frutas e verduras de belos efeitos fotográficos
e flores para oferecer a Buddha e colocar nos altares familiares
Para uma interessante visita ao mais conhecido e mais amplo e variado Morning Market ver:
à saída do mercado mais lojas com produtos de grande consumo nos países asiáticos e não só!
Saborear um gelado é sempre um prazer em qualquer parte do mundo e a saída da escola nem sempre é entusiasmante!
Reparar nas saias das mulheres e raparigas, incluindo as estudantes, tradicionalmente com uma barra na parte inferior.
A amizade entre o Laos e o Vietname concretizada hoje também de uma forma mais “moderna”!
Depois do mercado popular um mercado mais moderno o Mall ou seja
O Centro Comercial
que merece a bandeira nacional na frontaria
A clientela não abunda o que permite descansar um pouco
Vê-se que uma nova burguesia, a classe média, começa a ganhar força no Laos.
Um andar superior dedicado exclusivamente a ourivesaria quase vazio (esqueci-me de perguntar a razão deste comércio áurio)
Os monges que encontrámos no centro comercial pareceram-nos incrédulos perante esta, para eles, perfeitamente absurda modernidade!!!
Saímos de Vientiane para leste para visitar o estranhíssimo Buddha Park uma recomendada atração turística!
O Buddha Park, também conhecido como Xieng Khuan é um parque de esculturas (ver foto em baixo à esquerda) situado a cerca de 25km a sudeste de Vientiane na margens do rio Mekong (ver o curioso mapa à direita). Embora não seja um templo (Wat), o parque é também denominado como Wat Xieng Khuan, uma vez que apresenta inúmeras estátuas de representação religiosa, cerca de 200, quer Hindus quer Budistas. De acordo com a ideologia oficial, o Buddha Park ou seja o Xieng Khuan (Cidade do Espírito) é um parque e uma atração turística embora pudéssemos verificar que havia oferendas em algumas das estátuas. A construção do parque foi iniciada em 1958 por Luang Pu ( o Venerável Avô) Bunleua Sulilat, um estranho e curioso escultor místico ,que defendia uma filosofia que integrava elementos do hinduísmo e budismo.
Após a revolução de 1975, por ter entrado em conflito com as ideias oficiais do Pathet Lao, deixou o Laos e refugiou-se na Tailândia onde construiu um parque semelhante. Para nosso gosto são demasiadas esculturas em pouco espaço o que dá ao parque um aspecto demasiado caótico, ora vejam:
BUDDHA PARK
Ao fundo do parque pode ver-se o Mekong, em obras de desassoreamento, e a outra margem, a Tailândia!
Até aqui o Ronaldo nos persegue!
Já quase ao pôr do saímos do parque com este contra-luz!
e foi quase ao pôr do sol , já de regresso a Vientiane, que fomos encontrar o Mekong com vista para a Tailândia
e fotografar a chamada Ponte da Amizade que liga os dois países.
Segundo nos informaram os laocianos não têm quaisquer problemas em ir ao outro lado fazer compras e ver os amigos!
O fotógrafo agradeceu a pouca luminosidade
Para não vos enjoar neste mail com mais cenas destas, a visita a Vientiane vai terminar numa descarada
Exibição Fotográfica
no mail 8A que vão receber a seguir!
até já (como diria a TMN!)
um abraço
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