quarta-feira, junho 17, 2015

NOGOCIATAS!





A privatização do Metro de Lisboa é mais uma farsa que visa beneficiar os privados e lesar o interesse público. Raquel Varela leu o caderno de encargos e garante que não entende como é que é possível que aquilo que lá viu, seja legal. Tal é o descaramento com que nos roubam. 


Como se tem provado pela discussão pública em torno deste assunto, o objetivo da privatização não é a defesa do interesse público, mas sim a criação de novas áreas de negócio para os privados.
O modelo de concessão a privados em nada resolve os problemas de dívida das empresas públicas. Aliás, o Governo sabe disso tão bem que até se disponibiliza para que os contribuintes fiquem a pagar a chamada dívida histórica da empresa, retirando esse encargo do futuro subconcessionário e oferecendo-lhe assim a empresa ‘limpa’ de dívidas e pronta apenas para gerar lucros operacionais. Raquel Varela explica sem papas na língua, a falcatrua que está por trás da privatização da Carris e do Metro. Basicamente, como esta PPP, os prejuízos ficam por nossa conta (Estado) e os “privados” ficam os lucros!
Não deixe de ver este video... e partilhar. Portugal precisa de saber. 
As privatizações até poderiam ser positivas para o país, mas apenas em determinados sectores e levadas a cabo por representantes públicos capazes de defender os interesses de quem os elegeu e não os interesses privados de quem os compra.

De seguida deixo-os com mais uma denúncia do economista e comentador, Carlos Paz, que também consultou o caderno de encargos da privatização da TAP, e expõe a forma corrupta como a privatização está a ser levada a cabo. Uma vergonha que deveria revoltar o país inteiro, não por ser privatizada, mas pela forma como o fazem.
Na privatização da TAP estamos a ser ALDRABADOS
O processo de privatização da TAP foi desenhado por pessoas sem escrúpulos, foi aprovado por políticos desonestos, está a ser conduzido por corruptos e, apesar da existência da capa de uma comissão independente (ciosa da ribalta mediática), será concluído da forma que melhor servir uma enorme rede de interesses instalados.
Sem qualquer respeito pelo País, pela empresa, pelos seus trabalhadores e pelos trabalhadores de TODAS as empresas cuja atividade depende diretamente da atividade da TAP.
Para que se perceba a ENORMIDADE do que está a ser feito e a forma IGNOMINIOSA como está a ser feito, vale a pena conhecer alguns exemplos do processo:
O Caderno de Encargos da Privatização diz que é necessária a recapitalização da empresa, mas não diz:
- Com que valores;
- Em que prazos;
- Qual a necessidade de capitais públicos.
O Caderno de Encargos da Privatização diz que é necessária a renovação da frota, nomeadamente da Portugália, mas não diz:
- Em quanto tempo;
- Com que tipo de aviões;
- Quais as idades médias que se pretendem para a frota no curto e no médio prazo.
O Caderno de Encargos da Privatização diz que é necessária a manutenção do HUB do Aeroporto de Lisboa, mas não diz:
- O que é um HUB em concreto;
- Qual o volume de atividade da companhia que terá de permanecer na base de Lisboa;
- Como se vai regular (e supervisionar) esta atividade (e que acontecerá no pós-portela).
O Caderno de Encargos da Privatização diz que é possível uma compra de até 61% da Empresa, mas não estabelece:
- Percentagens concretas;
- Prazos e preços para o remanescente;
- Condições de salvaguarda da posição do Estado (de TODOS nós).
Resumindo: o Caderno de Encargos é PROPOSITADAMENTE:


- Omisso;
- Confuso;
- Aberto nas alternativas;
- Tecnicamente INCOMPETENTE.
Qual é o OBJETIVO?
Tornar IMPOSSÍVEL qualquer comparação OBJETIVA entre as diversas Propostas em jogo.
Então, qual o PORQUÊ de ser assim?
Para permitir, mesmo sob a capa de uma pseudo-comissão pseudo-independente, fazer a escolha do VENCEDOR não pelo interesse Nacional ou pelo interesse da Empresa mas sim baseado nos critérios que, PARA QUEM DECIDE, melhor sirvam os seus interesses:
- Melhor financiamento partidário;
- Mais dinheiro pago por fora;
- Garantias de Emprego de futuro para os decisores;
- Garantias de não averiguação de todo um passado de DESVIOS, ERROS, OMISSÕES e INCOMPETÊNCIA na Gestão da Empresa;
Quando for anunciado o vencedor de uma coisa teremos todos a CERTEZA: Independentemente de ser ou não aquela que era a melhor proposta para os interesses da Empresa ou do País, é, de certeza, a melhor proposta para os INTERESSES PARTICULARES de quem decidiu!
***
NADA tenho contra uma economia em que os fatores produtivos sejam privados, desde que regulados e supervisionados.
NADA tenho contra a privatização da TAP que, do ponto de vista técnico, é INDISPENSÁVEL para a sobrevivência da companhia a prazo.
NADA tenho contra empresários privados que apostem o seu investimento na mira da obtenção de uma remuneração JUSTA e HONESTA do seu capital.
TUDO tenho contra uma economia selvagem em que um Estado, PROPOSITADAMENTE fraco, é manietado por políticos corruptos (de TODAS as cores), por grupos de interesses, por gente INDIGNA.
TUDO tenho contra QUALQUER privatização sem que, PROPOSITADAMENTE, existam
condições para regular e supervisionar a empresa depois de privatizada (são disto exemplos claros o BES, a PT, a EDP, a REN, a ANA, os CTT, etc…).
TUDO tenho contra empresários que sem qualquer pudor alimentam esquemas de COMPADRIO e CORRUPÇÃO que têm como consequência o enriquecimento ilícito da maioria dos intervenientes no processo, à custa da MISÉRIA, do DESESPERO e da DESTRUIÇÃO das vidas de quem, com o esforço do seu trabalho, a única coisa que pretende é uma vida condigna.
Desculpem-me o desabafo: Já CHEGA de tanta PORCARIA! Já CHEGA de tanta ALDRABICE! Já CHEGA de tanta CORRUPÇÃO! Já CHEGA de estarmos CALADOS! Carlos Paz

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