"Em vários artigos na blogosfera e imprensa, a direita liberal foi rápida a aproveitar o debate sobre a crise de autoridade dos professores para defender a sua já conhecida agenda para a educação. João Miranda ou José Manuel Fernandes (sem link) são apenas dois dos nomes que nos garantem que a solução para repor a autoridade e estancar a degradação da imagem dos docentes passa por abdicarmos de um sistema de ensino centralizado, responsabilizar as escolas pela contratação dos professores, ou caminhar para a liberdade de educação - vulgo cheque-ensino. Um problema apenas. As suas propostas - boas ou más, não interessa agora para o caso – não têm nada a ver com o assunto em apreço.
Senão, vejamos. O país europeu que mais se associa a esse modelo é a Inglaterra, onde não existe nenhuma limitação geográfica a condicionar a escolha da escola e existem rankings para todos os resultados dos estabelecimentos de ensino. As escolas dispõem de uma vasta autonomia que lhes permite flexibilizar uma parte do currículo e são dirigidas por um director com poderes reforçados (nomeadamente de contratação de docentes). E qual é o resultado que essa política tem sobre a imagem e autoridade docentes? Nenhum. Zero. Há muito que os alunos recorrem ao "cyber-bullying", utilizando o Youtube ou foruns da internet para humilhar e pressionar os professores.De resto, a violência nas escolas é um tema de aceso debate politico e mediático vai para mais de uma década. Já agora, e só para situarmos os planos, a discussão do momento em Inglaterra não são os telemóveis na escola, são os 25% de professores que já encontraram os seus alunos na posse de uma arma na escola.
É positivo quando se apresentam propostas, mas convém é que elas tenham alguma coisa a ver com o tema em debate e não sejam apenas mais uma oportunidade para debitar a cartilha do costume. É que pode ficar a ideia que nem é por má vontade, mas apenas por não se conhecer mais nenhuma"
Do blog 0 de Conduta
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