Aguiar-Branco apelidou hoje de “faraónicas” as obras previstas pelo Governo para os próximos anos. No entanto, num artigo equilibrado¹ ontem publicado pelo Jornal de Negócios, fica a saber-se o seguinte:
- “Todo o investimento público realizado em 2007 pelo Estado, Autarquias e Regiões autónomas correspondeu a menos de 13% das transferências sociais realizadas pelas administrações públicas.
A diferença de montantes gastos numa e outra função evidencia o impacto limitado que a redução do investimento poderá ter num eventual aumento das despesas sociais. Isto até porque uma redução total do investimento é um cenário meramente teórico: por um lado, muito desse dinheiro é gasto em projectos essenciais para o funcionamento do país e do Estado (escolas, serviços públicos, estradas, hospitais, modernização administrativa, etc.) e, por outro, uma parte importante do investimento co-financia projectos aprovados por Bruxelas.”
Ou seja:
1. O Público compara uma estimativa de investimentos para o período global de 2008 a 2017 (valores acumulados para dez anos) com a dotação de um só ano (2008 ?) no que respeita às despesas sociais;
2. O Público omite que a fatia maior dos investimentos não será suportada pelo Estado, sendo comparticipada por fundos da União Europeia e por capitais privados.
A manipulação, para ser eficaz, não pode recorrer a esquemas tão grosseiros.
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¹ O artigo, intitulado Economistas recomendam cautela a Manuela Ferreira Leite, foi escrito por António Larguesa. Saiba-se que os economistas ouvidos, que deitaram as mãos à cabeça com a estratégia de Ferreira Leite, são todos do PSD: João César das Neves, António Nogueira Leite e Miguel Beleza. posted by Miguel Abrantes no CÃMARA CORPORATIVA@ 25.6.08
2. O Público omite que a fatia maior dos investimentos não será suportada pelo Estado, sendo comparticipada por fundos da União Europeia e por capitais privados.
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