A maior vítima da josémanuelfernandização
O Público é, actualmente, um jornal para imbecis dirigido por um irresponsável (para me restringir aos eufemismos). Como se explicará o apagamento de um evento de inquestionável importância política como aquele que reuniu Primeiro-Ministro, Ministra da Educação, Ministro das Obras Públicas, Bastonário dos Engenheiros e Bastonário dos Arquitectos na sexta-feira passada? O que se pode ler no DN, Expresso, Sol, SIC, RTP e TSF, por exemplo, não existiu para o Público. Mas tal apagamento não se deveu a um menor interesse pela temática da Educação, bem pelo contrário.
Na edição de sábado, a manchete foi feita com este simulacro de notícia: DREN quer excluir da correcção dos exames os professores que se afastam da média. Nela se relata que um professor protestou contra uma frase dita pela directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira. A frase tem a peculiaridade de, mesmo fora de contexto, ter um sentido neutro e legítimo. Também se pode ler a resposta dada pelo director do Gave, Carlos Pinto Ferreira, que participou na referida reunião, o qual oferece um esclarecimento óbvio para a interpretação da dita. Isto é, nem sequer faltaram contributos racionais para que os responsáveis do jornal pudessem avaliar com algum rigor a relevância do episódio.
Donde vem este estado de loucura? A noção de jornalismo de referência implica o compromisso de informar com a maior isenção e, também, o dever de formar civicamente a audiência e a sociedade. Mas o que o Público de José Manuel Fernandes faz, desde há 1 ano e meio, é uma campanha de chicana política a coberto do ideal jornalístico. No caso da frase relativa aos professores que fugirão à média, por exemplo, não há rigorosamente nada que valha uma manchete, a não ser a intenção de empolar a sugestão da teoria de conspiração de cunho governamental. E no caso da censura absoluta a um acto público do Governo, nem é preciso adjectivar. Esta manipulação desvairada e canhestra não teria mal algum, podendo até ser um contributo para a democracia, se fosse assumida. Se, por exemplo, o Zé Manel dissesse que sonha em transformar o jornal numa espécie de Diário, ou de Avante, ou numa coisa qualquer que suscite ódios na populaça. Mas assim, sem definição de linha editorial, e de cabeça perdida num populismo e demagogia manhosos, apenas fica a irresponsabilidade à solta.
Na edição do Diga lá excelência, 21 de Junho, o entrevistado foi Vítor Martins. Este amigo é um super-cromo das questões europeias. E a sua entrevista foi uma lição de inteligência e cultura política, apesar da presença do Zé Manel. Presença que merece ser aqui referida pelo que acontece a meio da conversa. Eis a transcrição:
Zé Manel, a maior vítima da josémanuelfernandização - Fica-se com a sensação de que, por exemplo, Portugal não cuidou como devia… hã… nalgumas… de alguns dos seus produtos tradicionais nessas negociações, ao contrário do que fizeram outros países, a Itália, os espanhóis, os franceses…
Alguém que sabe do que fala, chamado Vítor Martins - Por exemplo?
Zé Manel, a maior vítima da josémanuelfernandização - Por exemplo?!…
Alguém que sabe do que fala, chamado Vítor Martins - Desculpe eu estar pôr a pergunta! Mas é só para perceber…
Zé Manel, a maior vítima da josémanuelfernandização - Não, estou-lhe, só tou-lhe… estou-lhe a dizer isto, por exemplo… alguma… não é ness, hum… a questão, a famosa questão do… do… do… do galheteiro de azeite…
Alguém que sabe do que fala, chamado Vítor Martins - [risos]
Zé Manel, a maior vítima da josémanuelfernandização - … ou do, de não se poder servir vinho em jarro, quando se serve vinho em jarro em todos os restaurantes em Paris… haaa… Coisas desse género, que…
Alguém que sabe do que fala, chamado Vítor Martins - Mas não me parece que isso seja uma directiva comunitária, tanto quanto eu julgo saber…
Zé Manel, a maior vítima da josémanuelfernandização - É a justificação que muitas vezes é dada, mas independentemente desta questão há outra questão que também surgiu no Referendo e [fugiu para um assunto completamente diferente].
Publicado por Valupi às 23:54 no Blog ASPIRINA B
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