segunda-feira, março 11, 2013

FREITISMOS!


Populismo doméstico

• Hugo Mendes, Populismo doméstico:
    ‘(…) as recentes declarações de Freitas do Amaral sobre Sócrates são reveladoras, ao insistirem na explicação fulanizada daquilo que já devia ser visto como um problema sistémico. Afinal, tudo parece resumir-se ao ex-PM não ter querido "cortar na despesa".

    2. Esta opinião só pode resultar de um desconhecimento fáctico - Freitas deve ignorar tanto as duras medidas do OE2011 como as previstas no PEC4 - e da incapacidade de compreender como a Zona Euro chegou à crise das dívidas soberanas: como a sua arquitetura institucional condicionou o desenvolvimento da periferia; como a UE acordou em 2008 com os Estados um aumento do investimento público para minorar o impacto da maior crise dos últimos 80 anos; como na ausência de soberania monetária, de um orçamento federal, e de um banco central com um papel de prestamista de último recurso os países com défices mais altos ficariam à mercê dos mercados; como cortar a eito em 2010 não resolvia nada (e teria impedido o país de crescer 1,9%), porque qualquer consolidação só fazia sentido numa ação concertada com o BCE e a Comissão, como contrapartida de estabilização dos spreads da dívida pública (o PEC4).

    3. Freitas parece seguir a estratégia absurda que trata de modo assimétrico o período entre 2008 e a primeira metade de 2011 e aquele entre a segunda metade de 2011 e o presente. No primeiro, a crise internacional e a incoerência institucional da UE são irrelevantes; no segundo, a economia europeia e as decisões do BCE já são variáveis-chave para a recuperação portuguesa. Enquanto as elites nacionais não fizerem uma Revolução Copernicana e substituírem a explicação fulanizada pela análise sistémica de como a Europa chegou à crise de 2010 que ainda se prolonga, não contribuiremos para combater os populismos europeus que bloqueiam uma solução para a crise.’
     
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