terça-feira, março 12, 2013

O PASTEL DE BELÉM

Cavaco é de longe o político que mais protagonismo mediático tem tido nas últimas décadas, mas ontem informou-nos que sabe que o tal protagonismo “é inversamente proporcional à capacidade de um Presidente influenciar as decisões tomadas para o País”. Mas quando é terá chegado a tão brilhante conclusão? Claro que só pode ser pura coincidência vir com uma tirada destas numa altura em que a sua popularidade é a mais baixa de sempre e a mais baixa de todos os Presidentes da República, baixando sempre mais um pouco de cada vez que abre a boca. E num tempo em que se tornou evidente que as suas previsões económicas valem tanto como as de Gaspar. Lembrar que este mago previu para o final do ano passado o regresso do crescimento económico. Já para não dizer que arrisca ser vaiado sempre que puser um pé fora do retiro de Belém.
Uma coisa é certa, o descaramento é o mesmo de sempre. A tarefa em que Cavaco mais se empenhou desde que é Presidente foi a guerra que lançou ao Governo de Sócrates. Aproveitou até à última gota todo o protagonismo mediático e não perdeu uma oportunidade para vir publicamente lançar veneno. Aposto que nessa altura não se importava de trabalhar dia e noite, desde que isso contribuísse para a queda do Governo. Mas segundo o que disse ontem, afinal, os discursos mais escabrosos que já ouvimos da boca de um Presidente da República não pretendiam influenciar em nada o que acabou por acontecer. E quando falava dos limites para os sacrifícios exigidos aos portugueses, ou fazia previsões de explosões sociais e apelos aos jovens para que se manifestassem também não pretendia influenciar o que quer que fosse, como sempre, foi tudo mal interpretado.
Seja como for, foi pena, muita pena, mesmo, não ter recusado o protagonismo mediático há mais tempo, mais concretamente nos anos oitenta do século passado. Isso, sim, teria tido uma influência muito positiva nos destinos do País.

Do Blog ASPIRINA B

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