quarta-feira, fevereiro 11, 2015

OS IRRESPONSABILIZÁVEIS JUÍZES!

LET THE NIGHTMARE BEGIN

"Abe, because of your reckless decision to take part in an unwinnable war, this knife will not only slaughter Kenji, but will also carry on and cause carnage wherever your people are found," the man says. "So let the nightmare for Japan begin."
A maior parte dos actos de violência, se não forem todos, nasce de uma incapacidade para sentir o sofrimento alheio. A empatia está ausente naquele que reduz o outro aos limites alucinados da sua animalidade. É por isso – por ser no nosso interesse e para nossa defesa – que devemos ser empáticos com aqueles que cometem crimes. Quão maiores e mais horríveis os crimes, mais empáticos precisamos de ser na procura de uma resolução ou prevenção para a destruição em causa. O exemplo supremo será o do nazismo, dada a grandiosidade inumana e complexidade organizada dos horrores cometidos e dada a tipologia cultural da sociedade onde aconteceu. Com os assassinos do “Estado Islâmico” estamos no mesmo território de uma demência que se auto-justifica racionalmente.
É inevitável ter de sorrir ao ver as peças de propaganda do EI. O estilo é copiado dos códigos ocidentais usados na publicidade e no jornalismo. E o propósito de obter a atenção mediática mundial, que as decapitações têm garantido, serve também para acenar com um ideal romântico: ainda é possível um homem pegar numa arma, matar dragões a céu aberto e ser um herói invencível. Para alguém se deixar influenciar por esta retórica primária é necessário que vários elementos estejam reunidos, bastando alguns: nexo identitário, alienação cultural, fragilidade social, perturbação psicótica, pulsão violentadora, desejo suicidário. O que não existe neste grupo é um qualquer projecto político, por isso eles nada pretendem negociar e só lhes resta irem aproveitando o tempo para cometerem mais um excitante crime antes de morrerem na inevitável operação de aniquilamento do EI que está em preparação.
Atente-se neste discurso acima citado. Um taralhouco, cobarde, ameaça 130 milhões de pessoas cujo passado é de tradição guerreira e indescritível sofrimento militar. A menos que tenha sido contratado para representar esse papel, o mais certo é que ele – nesse momento em que tem uma faca e a vida de um inocente na mão – se julgue imortal, protegido por um favor divino que o levará a conseguir assassinar o resto da população mundial. Obviamente, quem assim se apresenta está a pedir para ser abatido sem misericórdia, para alívio universal – embora o melhor para nós, vítimas, fosse o seu estudo ainda vivo e devidamente incapaz de cometer novos crimes.
Atente-se no assassinato de Moaz al-Kasasbeh, encenado para ser um espectáculo grotesco capaz de voltar a garantir novo sucesso mediático. Qual pode ser a única consequência lógica de tal opção? Uma resposta militar implacável de cada vez mais e mais poderosas forças internacionais. É como se o EI estivesse a anunciar que precisa de ser varrido da face da Terra com maior urgência do que aquela até agora mostrada. Para além de ser um marco histórico em termos de violência terrorista, estamos perante um trágico hino à estupidez de quem recusa ser parte da Humanidade.
Pretender assustar ocidentais, ou japoneses, através de assassinatos é de uma ingenuidade infantil. Quase que apetece abraçar estes gajos e oferecer-lhes ajuda, porque estamos perante meninos com gravíssimas carências cognitivas. Não o podendo fazer, que desapareçam do mapa o mais rapidamente possível.

PMA – DA VERGONHA ALHEIA

Do nojo.
Ser coautora de um projeto de lei do GPPS que corrige a inconstitucionalidade do quadro legal em matéria de procriação medicamente assistida, tornando-a complementar e acessível a todas as mulheres. Sim, todas: solteiras, viúvas, unidas de facto ou casadas com outra mulher.
Um projeto de lei em linha com os pareceres emitidos por quem de direito na matéria e ouvir, na discussão do mesmo, uma ofensiva vil, moralista, uma alegada pretensão “personalista” das coisas, onde só cabem mulheres inférteis, devidamente casadas ou unidas a um macho. As outras, como eu, que sou solteira e com problemas de fertilidade, terão uma “agenda”.
E quem o diz do alto do moralismo CDS, PSD e PCP?
Mulheres. Deputadas jovens.
Poucas vezes me senti tão enojada.
(No entretanto, quem tem dinheiro, vai a Espanha concretizar o direito de ser mãe)

NUNCA EM PORTUGAL UM JUIZ FOI PRESO

Perante essa infamíssima moscambilha mediático-judicial com que, na prática, se tem pretendido liquidar José Sócrates na praça pública sem provas nem julgamento, é Mário Soares, com 90 anos, quem continua a assumir o combate de primeira linha. Honra lhe seja.
Soares terminou a sua coluna de hoje no DN com uma frase que excitou meia dúzia de falsas virgens indignadas. Foi só isto: “E o juiz Carlos Alexandre que se cuide”. Por mim, só posso concordar e aplaudir de pé. De facto, nenhum juiz nem nenhum procurador está acima da lei. Exemplificando: agentes da justiça não devem poder impunemente liquidar a reputação de alguém com fins políticos. Por isso, os senhores juízes e procuradores devem-se cuidarcomo todos nós devemospara não pisar o risco. Ora o risco da Operação Marquês já está safado de tanta pisadela que tem levado.
Dito isto, Soares talvez peque por optimismo. Em Portugal, num passado a perder de vista, nunca um juiz ou um procurador foi preso. Marinho Pinto observou isso mesmo, e bem, aqui há uns quatro anos, argumentando que eles se absolvem sempre uns aos outros. Julgo que não será só por isso, pois a regra é nem chegarem a tribunal. No nosso país, muitas pessoas de bem, de todas as profissões, foram no passado atiradas para a prisão, frequentemente por razões políticas. Alguns vieram depois a ser ministros, outros primeiro-ministros, outros presidentes da República. Muitos outros puderam ser reabilitados e refazer a sua imagem de cidadãos íntegros e úteis à comunidade. Mas nunca vi em Portugal um juiz ou um procurador ser incomodado por patifarias cometidas pela organização judicial, muito menos detido. Serão todos assim tão íntegros e honestos? Claro que não. A taxa de delinquência entre os juizes e procuradores não deve ser inferior à das restantes profissões, incluindo médicos, jornalistas, advogados, autarcas,farmacêuticos, banqueiros, polícias, professores e comerciantes.
O juiz Carlos Alexandre será pois, no melhor dos casos, uma pessoa bem intencionada e íntegra, mas um bocado distraída ou descuidada. No pior dos casos pode ser um tratante disposto a tramar Sócrates por razões inconfessáveis, políticas ou outras. Entre os dois extremos há ainda uma série de possibilidades. Ele que se cuide, como diz Mário Soares, porque anda a patinar em gelo fino.
P. S. : Parece que uns fascistóides histéricos desafiaram o juiz Alexandre a processar Mário Soares, mas o fulano já declarou que não pretendia fazê-lo. Pudera. Se avançasse com uma acção, ia-lhe provavelmente ser servida em tribunal a “face oculta” da Operação Marquês, com todos os matadores. O Alexandrinho não se mete 

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